terça-feira, 10 de novembro de 2009

Aquecimento global deve afetar 175 milhões de crianças por ano


No relatório Feeling the heat child survival in a changing climate (Sentindo o calor a sobrevivência das crianças nas mudanças climáticas), lançado em Barcelona, a organização não governamental Save the Children alerta que, na próxima década, 175 milhões de meninos e meninas serão afetados, a cada ano, por desastres naturais, como inundações, ciclones e secas. As estatísticas do informe são baseadas em dados oficiais do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), além de pesquisas do Banco Mundial e de universidades ao redor do planeta. Combinados com um incremento da desnutrição e de enfermidades como a diarreia e as doenças tropicais, os fenômenos naturais deverão aumentar as taxas de mortalidade infantil. Todos os anos, aproximadamente 9 milhões de crianças morrem antes de completar cinco anos. 98% desses óbitos ocorrem em países pobres e em desenvolvimento, que concentram as mais altas taxas de mortalidade infantil.
A estimativa é que os casos de diarreia, que matam 1 milhão de crianças por ano, aumentem 10% em 2020. Já as mortes por desnutrição passam de 3,2 milhões para 25 milhões, em 2050. As crianças das comunidades mais pobres serão as mais afetadas, à medida que as mudanças climáticas reduzem o acesso à água e ao solo cultivável. O vice-presidente da Save the Children nos Estados Unidos, Rudy Von Bernuth, defende um financiamento específico para a infância por parte das nações desenvolvidas para mitigar os danos causados a milhares de meninos e meninas. Para ele, dar suporte a essas crianças não é um ato de caridade. Aqueles que causaram a mudança climática têm a responsabilidade de assistir aqueles que estão sofrendo por isso.
Correio Brasiliense (DF) – 08/11/2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário